sábado, 22 de setembro de 2012

Quando eu não te dava paz

O meu descompasso hoje me dá uma rasteira e me joga no chão, sem que eu tenha beijos doces antes de adormecer. Quando ele deixou de ser o melhor de mim? A minha indecisão, minha falta de tato, a madrugada rindo da minha cara com lágrimas, e uma grande epopéia sem sentido algum. Eu insisto em colocar alguém que não precisa de nada disso em meio ao meu turbilhão esquizofrênico. Louca. Eu sou louca. Deveria ter coragem de estar coerentemente só, mas eu quero mais sentir, sangue, suor, suspiro... E cheiro doce. Eu tenho saudade diária. Por isso amarro aos meus pés, com ataduras que machucam os punhos, alguém de alicerces muito mais fortes que os meus, mas que (por pena ou não sei o quê) insiste em me deixar acreditar...
Aguardo uma reintrodução frente ao espelho, esse é o meu nome, uma idade que não importa, uso dois brincos em cada orelha, um sempre maior que o outro, e tenho comido frango todos os dias dessa semana por preguiça de cozinhar. Aprendi a escrever quando pequena, mas esqueço as palavras todas as vezes que algo de fato me tira o fôlego. Às vezes eu gosto apenas de ficar em silêncio, mas na maioria das vezes eu grito. Grito um desespero que não tem a menor razão. Nada em mim tem harmonia, porque eu não entendo ao certo a forma de juntar tudo numa coisa só. Tenho sapatos fechados e abertos, mas gosto mesmo de andar pisando o chão de areia. Sei sorrir e chorar, mas faço com maestria os dois ao mesmo tempo, riso e choro por motivo algum. Gosto de alguém, não sei como gostar, mordo e assopro o tempo inteiro, quando no fundo eu só queria mesmo era morder todas as noites... Noites inteiras. Fazer a coisa certa sempre dá errado pra mim.
O meu desbalanço me dá arrepios, me cobre de frio, dessa sensação de falta, da vontade de olhar dentro dos olhos e simplesmente ser.
Se ainda há como saber, minha boca agridoce aqui espera...