Têm dias na vida da gente que uma mosca ganha forma de elefante. Dias em que nem eu mesma sei que hormônios são esses que me regulam e fazem de mim um ser com limiar negativo para tolerabilidade. Perco quase a habilidade de conviver socialmente, e como um bebê com falta de ar, fico extremamente irritada. Nessas horas não sei mais o que é justo.
Há a privação de sono, o suor do dia anterior, o medo anterior ao fato, o fato que, por já ser fato não deveria despertar tantas rugas novas. Eu envelheço em mim cada vez que não suporto lidar com as coisinhas bobas do dia-a-dia. Quero talharim, fettuccine, não!
Pouco me importa se são a mesma coisa! Se há um quê irracional na minha angústia em forma de ranger os dentes, devo isso à forma demasiadamente humana de ser, à qual tenho me descoberto – demasiadamente, irritantemente, relutantemente – vulnerável.
Paciência.
Peço desculpas de antemão para aqueles que com sorrisos quiserem semear suas gracinhas pelo mundo. Sorry, hoje não tou pra macarrão.
Spolleto, 12/04.