quinta-feira, 23 de julho de 2009

Chuva

Uma chuva fina na manha, e nenhum guarda-chuva ao lado. É como se arriscar à vida, sem necessitar se jogar de um penhasco ou coisa parecida. As coisas estao mais diarias do que as pensamos ser, e logo um pingo despretencioso nos molha a cabeca no meio da mesmice dos dias. Nao precisa de muito, só que se deixe molhar. Que se pule uma poca d'agua sem necessitar ter raiva do mundo. Os convites a momentos especiais costumam ser infinitos a depender dos olhos, e os meus as vezes se poem doentes. O que me importa é o telhado coberto, e a chuva tao longe que eu nem a possa escutar - afasto assim, sem saber, o frio que arrepia a espinha, que molha os cabelos e me enxarca de... Vida!
Uma crianca atravessa a rua correndo, e um casal que vinha calmamente de maos dadas se abraca ainda mais. O cachorro caminha procurando por algo, e finge que nao sente que tem, sim, algo diferente. O senhorzinho com o guarda-chuva vermelho continua com as calcas molhadas, mas nao parece nem um pouco preocupado - acho mesmo que ele nem notou. Na esquina, uma moca espera o carro passar. Na porta de casa, um jardim agradecido, e um menino fazendo bagunca no quintal.
A chuva, percebi hoje, é boa também...


...

Chove como que o céu desabando aqui.
Hoje eu me sinto feliz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário