terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ney, Cazuza e Poema.

Haverá sempre a África, meninos remelentinhos e a sensação de estar vivendo História.
Haverá sempre Paris, luzes que iluminam beijos apaixonados, cadeiras em cafés voltadas para a rua, para que se veja como as pessoas passam pela vida.
Haverá sempre a Bahia, o calor que vem da terra, do mormaço misterioso e sem fim, do maracujá doce que adoça também o medo.
Haverá sempre uma lembrança, um vestido cor de rosa, um charuto metido a sexy, que desfila entre dedos, entre mais que uma boca.
Haverá sempre o desencontro, o descompasso, a raivinha fina como chuva, como garoa que vem só pra provocar, pra se dizer viva.
Haverá sempre a beleza dos sonhos imensos, a caixinha secreta dos desejos quase ocultos, os momentos sinceros de uma ou outra revelação.
Haverá sempre o mistério.
Haverá sempre uma boina garança, uma boina francesa, uma boa desculpa pra rirmos de nós mesmos.
Haverá sempre São Paulo, com seus prédios infinitos e menores que a saudade, com as milhões de possibilidades encantadas e vazias, porque não tem quem precisa pra preencher.
Haverá sempre o passado com seus fantasmas em forma de coração.
Um cd com músicas que faltam.
Um telefone que não toca.
Uma ligação que dura a eternidade.
Haverá sempre uma vontade de abrigo, uma vontade de certeza, uma vontade de pra sempre.
Haverá sempre um coisa esquisita, um estranhamento sem nome, mas que existe e que ficou em mim.

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