segunda-feira, 4 de abril de 2011

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Toda forma de batida é nova, e silencia a angústia de se esconder o que se é. Estou descobrindo aos poucos, e não acelero a consciência dos fatos. Eles se mostram ao seu tempo, a mulher vestida de preto, o convite impresso e irrecusável, o homem com olhos cor do céu, a língua de fora. De dentro sai um vulcão. Depois de mil voltas ao redor da mesma encenação, alcancei o alvo e fui fundo nele, cheia de medo, cheia de certeza nenhuma sobre o teor do desejo. Uma voz rouca com cigarro na boca fala de um jeito semicerrado que eu tenho mais é que fechar os olhos e cair, me jogar. Com uma prece e um copo, eu vou – pouco hesitante, pouco podada, despudorada. Viva...! Viva! Assim eu fui.


Amanhã sou surpresa, a música que agrada meus ouvidos já toca em um outro tom. Não me culpo mais por isso. Minha erupção tem cor de pele, e roça o outro com vontade de mais. Eu quero só sentir – sem pensar, sem questionar, sem mentir. E se desconheço esse traço que começa a se formar por onde passo, é porque tenho mesmo que percorrer no escuro, arriscando-me à vida, antes de dizer com convicção à quê vim. Estou aqui. Esse fato, que já é tudo, por enquanto me basta.

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