segunda-feira, 2 de julho de 2012

Hoje estou pintando meus brincos de tom de pele, torcendo para que as luzes do dia se mantenham apagadas. Hoje estou fazendo desenhos em folhas de papel rabiscado, desejando evitar as vozes ao redor que insistem em perguntar. Sou a lágrima no rosto duro de pedra. Não entendo muito bem o que esperar do ego que me sopra forte no pescoço, aqueles anseios fortes de menina teimosa, que vivia ao contrário por insistir em acreditar.  Hoje acordei cinco minutos depois, a roupa de cama com cheiro do sabonete de longe, nenhuma expectativa em relação ao levantar. Não comi, nem chequei as mensagens, desejei que ainda fosse daqueles dias de não vir. Hoje eu sei que não vai haver sol, nem vai haver recordação doce com gosto de fruta que escorre pelo canto da boca. Hoje eu acordei às quatro da manhã, corpo nu e roupas pelo chão. Espalhada. Pensei que tudo poderia sim, ser uma boa idéia, mas não tive muita certeza. Repeti a rotina dos dias que não têm muito a acrescentar: levanta, vem, fica, fica, fica, fica mais, volta, come, dorme. Hoje eu permaneci com a sensação de que eu deveria chorar por algum motivo que eu não sei. Minhas mãos e bochechas queimando um calor de algo que precisa sair, e não tem forma. Encontro alguém que me olha como se soubesse de algo que não sei, e eu peço apenas um pouco de atenção. Mas logo desisto de tentar. Hoje eu acordei lembrando de ontem à noite e ri sozinha, pus uma música alta e cantei debaixo do chuveiro. Hoje eu decidi comer brigadeiro no almoço comer pipoca no jantar, não mais telefonar. Decidi desligar por um instante, luzes, cartas, sonhos, e esperar tempo suficiente para  amanhã amanhecer novamente.. 

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