domingo, 13 de janeiro de 2013

Pela metade

Se eu ainda soubesse escrever, falaria de coisas que não aconteceram comigo, aquelas que fariam de mim alguém melhor. Alguém com quem você gostaria de dormir todas as noites.
Se eu ainda tivesse calma, fosse suficientemente obscura e doce, escreveria uma canção com o seu nome e me mudaria para Viena, mala, cuia e cuíca, passagem apenas de ida, pouca roupa, pouco tudo.
Se eu ainda tivesse coragem. Se eu tivesse paz. Se eu tivesse escolha.


Resta-me, apenas, o som reticente do seu silêncio, meu luto daquilo que não sou, explicitamente sabido - e gostaria de ter sido.

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