Eu não tenho freio. Quando dou a partida só páro quando tudo esgota. Você e essa pintinha no pescoço, pescoço que eu mordo sem pena nem paz. E não me procura, enquanto eu finjo não esperar, pra ouvir aquele jazz com copo americano, carona de um carro grande demais pra mim. Pequeno pro resto inteiro.
A minha poesia dá tons de uma saudade inventada, o pressuposto é completa mentira e eu me faço de desentendida. A mocinha de bons costumes falsos. A mulher que não cabe em si. Dura aquela vez só, nenhuma outra além, pra não estragar o que se pode criar para depois, umas promessas livres perdidas na madrugada morna, a gente conhecendo pessoas que nos convidam a mais. Você concorda com tudo, agarrado à minha cintura, como se pudesse ser meu. Mas não é.
Os fins já não importam, nunca importaram coisa alguma, temos todas as horas até que se acabem. E elas duram esse pedaço de papel. Num desvio de caminho, esquina de qualquer lugar, por acaso da vida houve um encontro. Ponto. Daí, pula-se uma linha, como se pula a expectativa. ... Sem continuação. Nem necessidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário