domingo, 11 de abril de 2010

Minha querida


Um vazio, sentimento inexplicável, me toma e me deixa paralisada. Como um super poder, a força da notícia de como a vida se dá. A gente faz planos de um futuro florido dos nossos desejos, e enche ele das pessoas essenciais. Sem elas, é preto-e-branco, é mudo, sem som. Eu tinha uma certeza, e não a perdi. Mas hoje, sinto-me colocando os pés quentes num chão frio, pega de surpresa por essa coisa chamada... Curso da vida.
A vida, já me disseram uma vez, se faz nas suas curvas, encontros e desencontros, e deixa as marcas embutidas no nosso peito ao longo do tempo. Se esse tal destino é uma sucessão inevitável de fato após fato, coloco-me hoje de mãos atadas, pedindo baixinho que ele não me leve as minhas, até então, certezas boas. Porque de todas as dores da vida, a mais sofrida é a perda do antídoto natural a todas elas. Não acredito em acaso. Mas acredito em caminhos separados, em lágrimas de resignação, em abraços de “boa sorte, te amo, estarei aqui”. Isso não me basta, não agora, quando estou tão exposta à impossibilidade. O que faço com o meu futuro certo, pintado de colorido, suave e doce, preenchido das pessoas indispensáveis? Há horas fáceis, horas difíceis, e não me queixo disso. Mas não aceito as horas cruéis, essas nuances que já nascem com o direito de existir, só porque de antemão se justificam na conversa fiada do destino. Alguém precisa avisar a ele que dói. Eu já não tenho mais palavras...

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