segunda-feira, 18 de julho de 2011

Eu e o mar.

Vim em direção ao mar, pra nascer de novo. Vim fugida. Vim achando que ia despejar nas águas a angústia e o medo, vim querendo esquecer qualquer coisa que nao fosse essência. 
De tanto puxar, acabei longe demais, carregando a corda de um lado só. Para onde eu vim o céu abre seus grandes olhos negros, cintilam as estrelas que parecem saber o que há por trás dos meus olhos pequenos. Eu deixo a noite me engolir sem hesitar.
Pulei ondinhas na praia, mas não sei exatamente se eram ondas grandes o suficiente. Tudo bem. Confio na força do mar, na sua regra basica de causar tempestade e calmaria, tudo ao seu tempo e seu desejo. Só orei baixinho, molhei as mãos e os olhos, e pedi. Sei que a mãe das águas ouve pavorosa minha súplica, sei que analisa cuidadosamente minhas intenções, e sei que por fim reconhece em mim o gosto salgado impregnado na cor e na pele, no jeito de sentir e pensar- a herança explicita que carrego do meu próprio imenso mar.
Eu me confundo com a água...

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