domingo, 3 de julho de 2011

Silencio.

Troco mensagens a dois sobre uma solidao aguda. Um fio tênue liga o fundo do sentimento em faísca, a pontinha de vida que respira na superfície explícita dessa coisa contida e oculta. Não há expectativa na revelaçao, so uma cumplicidade velada, dissolvida no ar. É assim que se desenvolve um afeto, nas madrugadas frias, nas horas em que o frio toma para alem do corpo, a alma.
Sem necessidade de letras em excesso, explicacao a mais que o obvio ou entendimento qualquer.... Nao ha jogo. Falar o que se sente ja é o ato em seu começo e seu fim, deliberadamente concreto, autosuficiente. A solidao agora é partilhada, mas nao deixa de ser a experiencia de um so, com sua dor intrinseca, seca e plena. Nao ousariamos nos abster. Sentimos inteiro, choramos lagrimas sem endereço ou nome, e retomamos a rotina diaria de carregar um mundo inteiro dentro de nós. Secreto. 
Sem aviso ou preparacao, me surge algo que palpita no peito. Há um broto faminto invadindo a terra metida a armadura, causando rachaduras irreparaveis na muralha criada como defesa. A solidao escorre por ela pouco a pouco, avida por um suspiro de calor gerado no contato. Uma mao esbarra na outra e de repente a solidao ganha tons de azul. Clara, serena e doce, nessa madrugada, ela esta indo embora...

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