terça-feira, 17 de maio de 2011

Inside the car

O dia começou cinza, com poucos graus na tela do computador. Eu me atraso a acreditar. Os carros não andam, como se teimosiando lentamente, num protesto preguiçoso e uniforme, a necessidade de engatar adiante no dia. So é o começo.
Meu pensamento também insiste em não acordar, talvez insista mesmo em não ver. A melancolia nao passou com o passar da noite, ficou impregnada em meu corpo pesando mais que uma tonelada. E isso é apenas a pele. Eu custo a seguir. Estou esquisita, invadida e sozinha. Um monte de gente dentro do mesmo lugar e a sensação silenciosa de estar com frio e com ninguém. Faz parte de dias chuvosos assim manter-se distante como a aparência lá de fora? Ou esse é apenas um outro pretexto pro afastamento já usual, já cotidianamente imposto?
Tenho uma aquarela em meu bolso fundo, uma faísca de possibilidade. Não sei ainda o quanto vou conseguir colorir da vida, mas preciso desesperadamente saber que elas, cores, existem e estão ali, à espera. Basta agora um pincel largo que se proponha a aquecer cuidadosamente os sentimentos. Como carinhos quentes... (aqueles mesmos que eu descobri na cidade do sol)!
Um respiro longo e largo. Talvez surja algo discreto, luminoso e passível de ser sentido ainda hoje... O meu único poder deliberado fica sendo então cruzar os dedos. Vamos torcer!

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