domingo, 12 de junho de 2011

Redenção

DEPOIS DO PECADO, a redenção vem ao som de uma música profana. Tirei os livros de poesia da estante. Num pedaço grande de papel, tudo que necessita de maior atenção. Deixei o álcool evaporar, assim como a faísca do fogo que ardia forte demais, e queimava. Minha inspiração ganhou tons de realidade, deixou de ser inspiração e se tornou um fato. Do fato, amanhã farei uma vitamina e tomarei até o talo.


Depois da morte pela dor do assombramento, a tentativa de renascer através da verdade. Tirei o peso do instante. Agora mordo vagarosamente a maçã, deixo escorrer um pedaço, e desfruto o meu próprio poder de degustação. Assim me é saboroso. Um segundo atrás, eu mastigava correndo na tentativa de não perder, não parar, não faltar. Mas sangrava.


Depois do depois virá a Segunda-Feira. E depois a Terça. Daí surgirá a vida, para além da tragédia caricata que eu vinha desenhando ultimamente. E surgirá o meu nome, um monte de mãos e rostos, a boa sensação de seguir adiante. Eu puxo o ar e dou o primeiro passo.

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