quarta-feira, 24 de agosto de 2011

"...Já não vivo nem morro em vão..."

Hoje, exatamente hoje, faz três ou quatro meses que meu parágrafo mudou. Sou tomada por um assombramento inquieto , pelo tamanho do sentimento que ainda reside em mim, mais novo a cada dia. Como se ainda fosse possível... Se eu fechar os olhos consigo tocar a felicidade, esse algo palpável, digno de ser vivido de pés descalços, mar, areia, cabelos ao vento e poesia. Tento me convencer de que mereço a sorte de sentir desse jeito intenso, que me deixa sem escolha, que me umidece os olhos, palpita o peito, arrepia suavemente os pêlos da nuca. Olho muda, perplexa, e com o encantamento digno de descobertas milenares, a minha canção em forma de gente.
O verso agora está dentro de mim, se expressa em meu riso cheio de paz e medo. Corro contra o tempo, contra a estase imutável das cores sem vida, porque hoje meu senso pede que eu exploda, mesmo caminhando contidamente calma, dentro da guia. Se pudessem enxergar para dentro, veriam que eu levo comigo a fonte doce do querer maior que há. Ah, que vontade de deixar ser, sem prerrogativas, sem pausa inspiratória, sem amanhã. Finalmente, a minha sede vira fruta cheia de mel. E arde.
Encontro a minha boca sussurrando um nome, há três ou quatro meses fantasiado de meu. Não me importo com o tom bobo envolvendo meu cenário de deleite. É o real que me inunda nessa dança a dois, cheia de balanço e saudade...

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