terça-feira, 15 de novembro de 2011

Delicada.

Mistura boa essa, cds, cerveja e pingos de chuva. Não há começo. É bom o suspiro do renascer. Minhas mãos inquietas escrevem uma verdade, dentre as tantas outras que não deveriam ser ditas. Eu digo mesmo assim. Com os olhos. Se houvesse um batom vermelho na boca, deixaria uma marca, e morderia em seguida apenas para me certificar.
Vivo hoje um pedaço de música, a promessa pintada do me-deliciar. Nunca é demais. Eu, pretenciosa num perfume quase mel, me deixo escorrer, lambuzada com o tempo, tomada inteira de saudade. Dama do fim de tarde, dama da noite. Numa rua que não tem fim, em cada canto uma meia luz, encontro brotando do chão bruto, definitivamente, mil e duas flores. Se pudesse, levaria uma para o quarto de casa.
Paris há de existir pra sempre, e nela cabem horas apenas felizes, histórias contadas por alguém numa casa de vidro. Uma casa aqui, com gente dentro - e vida. Um gordo. Um quadro. E eu, entrando pela porta do lado, sem nem bater.
Cabe em mim, nesse exato instante, agora, recordações delicadas, sutil indecência Beauvoir...

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