domingo, 20 de novembro de 2011

Inacabado

Hoje alguém do meu passado reviveu, e trouxe o gosto de velhos hábitos. Entre oito e oitenta, sou mais para mais. Sempre fui. Estou naqueles dias em que nada serve, a música não encontra o volume certo, a camiseta apertada demais, o branco do vestido muito mais branco que quando escolhi, ontem. Vejo uma foto e outra, gosto, talvez. O tempo não passa, mas se passar, não tem o que responder. Agora deixo que me achem. Destino, é a sua vez.
Ao invés de crescer, fui encolhendo no meio do caminho. Nesse exato instante sou apenas uma anedota. Nem garbo, nem elegância, só um borrão para se ler entre um espirro e um assoar o nariz. Relembro incensos acesos molhados de vinho, dobraduras com frases minhas, noite inteira no sofá. Tudo longe, muito distante - outro continente. Suspirosa, percebo o quanto estou cansada de mim.
Se é para ter sentido, esqueceram de me avisar. Por enquanto, deixo em aberto. Inacabado.

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