quinta-feira, 8 de julho de 2010

Sábado à noite

Todo o mistério por trás dos olhos pretos, o tecido preto, de cima a baixo, mas suficientemente indecente para revelar a pele. O nome de um homem. A repetição na boca cor de carne, o mexer enlouquecedor do corpo sob efeito de alguma droga endógena ainda não descoberta. Pulsação ritmada. O olhar pouco intimidado enquadra cada pedacinho para não perder um detalhe sequer. Provocação muda e mútua. Três por quatro só pra um, revelado pouco a pouco sob luzes fugazes. Ensaio de aproximação, um passo dissimulado, fingindo ser tímido demais. Todos os risos por dentro, risos no canto da boca, junto com a bebida escorrendo, insinuando o tamanho do desejo.

Sapatos altos, deixando alguns muitos centímetros de bônus, que parecem inflar também o ego. De vez em quando é irrecusável – e simplesmente bom. O jogo vai ficando forte, assim como as mãos, os braços e o resto . O cheiro chega, a textura e tudo mais, desfazendo a postura arrogante. A dança agora é quase um convite, explícita, conscientemente irresistível. Sem necessidade de palavras, é sim.

O sol amanhece cheio de ironia, com uma potente sensação das delícias não reveláveis do Sábado à noite...

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