quarta-feira, 20 de maio de 2009

Frio!

Não sou fã de dias muito frios. As manhãs foram feitas para ter colorido, mas o que vejo ao abrir a janela bem cedinho do meu quarto (pra deixar o sol entrar) é uma variação das diferentes tonalidades de cinza. É uma triste constatação. Dias quentes, aprendi a achar ao longo do tempo, prometem algo mais. Acho que as pessoas ficam mais falantes, as crianças espirram menos, os tiozinhos que vendem sorvete na banca da esquina sorriem mais. A gente bebe mais água, vai mais ao parque e tem definitivamente mais disposição. Os dias quentes pra mim costumam vir com uma sensação intrinsecamente mais aquecida dos afetos (e eu me sinto mais bem humorada, devo dizer). Porém, não acho que dias frios são ruins, longe disso. Se tenho assumidamente uma preferência pelo calor, não deixo de admitir as maravilhas de ficar debaixo do cobertor, aquecida pelo tecido grosso e macio, envolvida por braços carinhosos que não desgrudam mais. Dias frios foram feitos pra gente ver que tem calor que precisa vir de fora, que o calor do outro também é bom (e como esquenta!). E é por isso que eu acho que se é que há mesmo um sentido escondido por trás dos dias mais gelados, que a gente não perca tempo só com aquecedores de plástico – que a gente se abrace mais, de um jeito mais longo, mais apertado, mais demorado, mais verdadeiro. Que a gente não dê só tapinhas nas costas e saia atrasado. Se for assim, eu faço até campanha pros dias frios!

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