domingo, 17 de maio de 2009

Grito surdo



Tem dias em que não consigo escrever, as palavras simplesmente não saem. Tomo um banho, tomo um café, tomo coragem, sento pra falar, mas nada sai. Seria simples se eu colocasse a tampa na caneta, fechasse o diário e dormisse em paz. Mas não, algo engasga forte no meu peito. Eu me sinto perplexa, e esse é o sinal irritante de que tenho que colocar algo pra fora. Talvez seja falta de inspiração, mas a questão não é mais saber ou não juntar bem as palavras – a questão é apenas cuspi-las pra fora, sem requinte, sem meios sentidos, sem trocadilhos inteligentes demais. Quero apenas tirá-las de mim, me dar um tempo pra descansar do turbilhão acelerado que se forma aqui dentro.

Nesses momentos em que perco o tom, não sei nem por onde começar. Começo e logo já não estou mais sabendo do que estou falando. Desisto e começo de novo, um outro começo, mais descompassado ainda. Não faço o menor sentido. Talvez porque falar não vá resolver mesmo a angústia apertada. Mas o que resolve, então?!

...

“Rimas fáceis, calafrios, fura o dedo, faz um pacto comigo...”

2 comentários:

  1. isso é horrivel. estava me sentido assim tb.
    talvez algo que nao consigas resolver atrapalhe todo resto.

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  2. Ouvir com mais cuidado... de dentro pra mais dentro ainda.

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