quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sol e som

É como se aqui eu simplesmente pudesse ter tudo. Ser tudo. E a vida não tivesse pressa, porque antes dela o sol precisa nascer e se pôr, sem nenhum mistério, apenas magia. Uma boa comida vinda do mar, com muita manteiga e muita sorte. É assim que eu devoro o último raio de sol. As cores por trás das lentes, à frente dos olhos, as milhares de faíscas borbulhando desejos. Com os pés congelados, nada como ter o coração aquecido pela incrível obra de arte que a natureza insiste em construir. Um deleite bom de simplesmente apreciar, a gratidão pelo pulsar ritmico de cada dia. 
No meio da noite, silêncio e madrugada viram dois lobos grandes, de ruído cansado. Melodia triste, com cheiro de estrada, de botas sujas de barro. Nessas horas, a solidão faz todo o sentido. Uma gaita chora os devanios do negro vento que corre sonoro avisando sua chegada, sua partida. Nada fica. Concluo poeticamente o pensamento dos poderosos deuses do olimpo - logo ali:  é uma espera, uma eterna busca pelo amanhecer... 

... Entra por debaixo da porta um cheiro de pão fresco e quente. Sinto que já é hora de abrí-la. 

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