quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Teatrando

Por entre essas pedras, tantos as claras quanto as escuras grosseiramente gastas pelo tempo, escuto o silêncio de todas as pernas nervosas que viviam aqui. Se eu fechar os olhos e só ouvir, posso sentir as vozes entrando pelos meus ouvidos, as máscaras de riso e choro que cobriam os rostos, o tom meio teatral mesmo fora dos palcos. Há um cheiro de nada, e esse nada me remete aos dias antes de qualquer coisa que sei existir.
Saio do mergulho pronta a encarar qualquer tipo de negociação. Tropeço sorrisos por entre a gargalha extravagante que ecoa pelo tempo de "para sempre"; esse para sempre de agora.
Mandaram-me uma notícia, e ela urge! Vou comprar uma bicicleta e pedalar todo o caminho até Roma, porque eu tenho boca, e também porque disseram que lá há restos de vidas de um monte de gente. Porque há algo a se resgatar. Algo a se descobrir. E porque há uma estrada para outro lugar adiante.

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